terça-feira, 28 de novembro de 2006

Shall we dance?

Quero uma estória.

Nos meus primeiros anos de escola, aprendi que história era real, mas estórias eram fictícias. Até hoje me pergunto se essa definição é válida já que nunca vi ela ser aplicada. Os entendidos de português que se virem pra responder. Nesse momento só posso dizer que gostaria de viver uma estória.

Estórias pra mim são aquelas que você vê num filme qualquer, mas que, independentemente do seu conteúdo, te fazem sorrir ou chorar ou ainda segurar o choro porque você, assim como eu, só chora em filmes se estiver sozinho. Não só isso, mas inconscientemente você se pega imitando os movimentos que você viu apenas em forma de pontinhos coloridos numa tela.

Entenda esse desejo como quiser. Ontem ao assistir "Dança Comigo" tive uma dessas sensações. Qual seria a minha estória eu não sei. Com certeza não é dançar. Uma coisa é certa, porém, faz bem sonhar um pouco mais.

Enfim, no mínimo um filme para os meus favoritos eu ganhei.

Para quem não assistiu o filme aí está o trailler: http://www.apple.com/trailers/miramax/shall_we_dance.html

PS: Descobri que estória não existe mais, então antes de reclamar de dor nos olhos, entenda por favor minha liberdade poética.

domingo, 26 de novembro de 2006

Tic.. Tac..

Me sinto como um daqueles policiais gordinhos de filme. Uma volta no quarteirão apenas e eu já estou ofegante e com as mãos no joelho.

Semana foi altamente destruidora. Sem tempo pra respirar e, muito menos, postar.

Em breve eu ponho algo de interessante.
Isso é... se eu conseguir tempo.

sábado, 18 de novembro de 2006

Finalmente

Ontem me libertei de um peso. Terminei de escrever o texto que me atormentou por semanas e, dira até, meses.


Meu perfeccionismo teatral me leva a dizer que eu não gostei muito do final. Talvez pudesse ser um pouco mais trabalhado o sentido dos diálogos. Deixar um pouco menos - como dizer? - falso. Mas, pensando bem, até que um pouco de falsidade cai bem para o estilão do texto.




Enfim, a essa altura do campeonato, a preocupação é ensaiar. Ensaiar muito! Ensaiar pra suar horrores e sair cambaleando da sala.
Sim, estou despertando meu lado de diretor mal. Acho que tá precisando.


Pra(s) pessoa(s) do Adore que me lêem:

1 - Cada minuto de atraso será descontado!

2 - Falas decoradas são imprecindíveis!

3 - Eu não estou brincando!

4 - Se virem! O esquema agora é esse!

5 - "Fique esperto, seu tempo está acabando, e o fim está chegando"


Quero ver bombar!

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Uma vez minhas...

Sobre a Rainha Mab
MERCÚCIO - É a parteira das fadas, que o tamanho não chega a ter de uma preciosa pedra no dedo indicador de alta pessoa. Viaja sempre puxada por parelha da pequeninos átomos, que pousam de través no nariz dos que dormitam. As longas pernas das aranhas servem-lhe de raios para as rodas; é a capota de asa de gafanhotos; os tirantes, das teias mais sutis; o colarzinho, de úmidos raios do luar prateado. O cabo do chicote é um pé de grilo; o próprio açoite, simples filamento. De cocheiro lhe serve um mosquitinho de casaco cinzento, que não chega nem à metade do pequeno bicho que nos dedos costuma arredondar-se das criadas preguiçosas. O carrinho de casca de avelã vazia, feito foi pelo esquilo ou pelo mestre verme, que desde tempo imemorial o posto mantém de fabricante de carruagens para todas as fadas. Assim posta, noite após noite ela galopa pelo cérebro dos amantes que, então, sonham com coisas amorosas; pelos joelhos dos cortesãos, que com salamaleques a sonhar passam logo; pelos dedos dos advogados, que a sonhar começam com honorários; pelos belos lábios das jovens, que com beijos logo sonham, lábios que Mab, às vezes, irritada, deixa cheios de pústulas, por vê-los com o hálito estragado por confeitos. Por cima do nariz de um palaciano por vezes ela corre, farejando logo ele, em sonhos, um processo gordo. Com o rabinho enrolado de um pequeno leitão de dízimo, ela faz coceiras no nariz do vigário adormecido, que logo sonha com mais um presente. Na nuca de um soldado ela galopa, sonhando este com cortes de pescoço, ciladas, brechas, lâminas de Espanha e copázios bebidos à saúde, de cinco braças de alto. De repente, porém, estoura pelo ouvido dele, que estremece e desperta e, aterrorado, reza uma ou duas vezes e, de novo, põe-se a dormir. É a mesma Rainha Mab que a crina dos cavalos enredada deixa de noite e a cabeleira grácil dos elfos muda em sórdida melena que, destrançada, augura maus eventos. Essa é a bruxa que, estando as raparigas de costas, faz pressão no peito delas, ensinando-as, assim, como mulheres, a agüentar todo o peso dos maridos. É ela, ainda...

Salvas as devidas proporções - ou, melhor dizendo, versões - esse um dia fui eu. Grandes momentos vividos que terminaram assim:


MERCÚCIO - Um arranhão, um arranhão somente; mas já chega. Que leve a breca! E o pajem, onde se acha? Patife, vai buscar um cirurgião.
(Sai o pajem.)
ROMEU - Coragem, homem! O ferimento não deve ser profundo.
MERCÚCIO- Não; não é tão fundo quanto um poço, nem tão largo quanto porta de igreja. Mas é o suficiente e quanto basta. Perguntai por mim amanhã, que haveis de encontrar-me bem quieto. Para este mundo já estou salgado, posso afiançar-vos! Um cão, um rato, um camundongo, um pulha, um biltre, que briga segundo as regras da aritmética! Por que diabo vos metestes entre nós? Fui ferido por baixo de vosso braço.
ROMEU - Eu estava bem-intencionado.
MERCÚCIO - Conduze-me, Benvólio, a alguma casa; senão, desmaio. A peste em vossas casas! De mim fizeram pasto para os vermes. Já tenho a minha parte. Vossas casas!
(Saem Mercúcio e Benvólio.)

esse post é dedicado aqueles que reclamaram dos supostos "bifes" no ensaio passado.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

A criação da pessoagem

Hoje me peguei pensando que talvez o teatro seja uma forma mais completa de vida. Estranho dizer isso, mas me parece que o teatro se preocupa mais em viver do que nós mesmos. Muitas coisas que por vezes nos passam batidas são abordadas profundamente e levadas seriamente em conta na hora de criarmos um personagem.

Digo isso porque hoje fiz essa descoberta sobre o meu, agora já velho, eu. Descobri que vivia sem motivação, ou melhor, sem objetivo.

Há um tempo atrás dediquei um de meus ensaios a aprender juntamente com o grupo um dos princípios do teatro do tio Stan. No capítulo de seu livro em que discursa sobre a ação dramática Stanislavski diz que toda ação dramática deve ter um objetivo. Não adianta, segundo ele, que você faça algo só por fazer, você tem que acreditar que está fazendo aquilo. Esse conceito é mais aprofundado no capítulo "Fé e sentimento da verdade" que, aliás, foi um dos mais enriquecedores para mim.

Como ia dizendo, descobri, então, que vivia mais intensamente meus personagens do que a minha própria vida. Pesquisava mais sobre o interior deles do que sabia verdadeiramente sobre o meu. Algo de extremamente prejudicial já que o conhecimento de você mesmo é matéria-prima de criação fundamental.

Reagi, no entanto. Vivi o meu hoje intensamente. Cumpri com minhas responsabilidades e, ainda assim, tive tempo de estar aqui e contar para vocês. Isso é uma satisfação enorme.

Moral do dia: Não apenas viva sua atuação. Atue a sua vida, se for preciso.

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Repita comigo



Há algum tempo descobri que gosto de escrever poemas repetitivos... Ah, sim... talvez você não soubesse isso sobre mim, mas eu escrevo poemas. Dizem por aí que são bons, mas o autor nunca acredita. Motivo pelo qual eu garanto que eles nunca chegarão às páginas desse blog.


Não sei porque exatamente resolvi falar sobre esse assunto hoje. Talvez tenha sido a lembrança de uma dessas repetições, escrita em forma de mensagem de celular (nunca enviada, claro). Remanescente de uma época já, há muito, superada, mas que eu não tenho coragem de apagar. O tipo da coisa, na qual a gente se agarra e nunca mais solta.


Que será que vai acontecer quando eu trocar de celular?


De qualquer forma, já faz algum tempo que não me atrevo a repetir meus íntimos e assustadores sentimentos. Falta-me o motivo, ou melhor, a motivação.


Enquanto ela não vem eu fico repetindo pra mim mesmo que eu não tenho mais nada a dizer. Quem sabe um dia eu acredite?

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Brainstorms and a dry mind...


Para sonhar é preciso por os pés no chão... Pelo menos por agora.

Por um momento gostaria de acender as luzes do meu palco e levar vocês numa viagem. Te mostrar quem eu gostaria de ser e como eu gostaria de fazer as coisas. Mas, como eu disse, tá na hora de ter pés no chão.


Chega de desenhar bonequinho de palito sem o traço de baixo. Vou ter que me concentrar.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Recombinando idéias

O que tinha lugar, ganhou espaço.
O que era tolerância, tem virado paixão.
O que era Drama, se transformou em Lúdico (ou bucólico se você preferir).
O que era prosa, virou verso.

A gente muda com o tempo.

"Trabalhos de amor perdidos" - Muito bom! Vale a pena...

- Prêmio lindinho!
- Ratatatatata