segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Pérolas de Sabedoria

Matheus Nachtergaele em entrevista sobre a experiência de trabalhar no filme "Cidade de Deus" com atores que nunca haviam feito outro trabalho.



"Às vezes me perguntam como foi trabalhar com atores não-profissionais e eu sempre odiei essa palavra assim: Eu sou profissional. Eu não entendo isso muito e acho que isso está deturpado . Esse termo pra mim ficou misturado com correria atrás de dinheiro, independente de qualquer coisa, sabe? Eu estou muito mais ligado nas vocações das pessoas do que se elas são profissionais ou não. E eles sabiam o filme, queriam o filme e eram, então, na minha opinião, os mais profissionais que eu já tive a honra de ver. Porque estavam envolvidos, estavam vocacionados no momento do filme, dedicados, esforçados e é assim que a gente chama o cara profissional, quer dizer, o cara que quer, que dá o melhor de sí, o cara que entende o que está fazendo, que tem uma sacação, uma tirada ótima de pura inspiração por causa do envolvimento dele com o trabalho e eles estavam assim. Quer dizer, eles eram os atores mais profissionais do cinema, sendo que não eram os profissionais. Me fez pensar sobre isso também, conheço tanta gente que é considerada profissional e que vai pro set entediado... 'Mais um filme', sabe? Foi, assim, um banho de respiro, de frescor nesse sentido. Me relembrar que o profissionalismo, apesar do meu ódio à essa palavra, é a entrega, a paixão, o estar disponível a maior parte do tempo pra que o projeto dê certo e isso acho que acontecia com todos os meninos do 'Cidade de Deus' e com a equipe em geral."

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