sexta-feira, 25 de maio de 2007

Os três patéticos deixam quatro p...

Na noite desta quinta-feira um encontro entre Mendonça, Michael Richards e MummRa fez tremer a terra quando Chaplin, Laurel e Hardy se reviraram em seus túmulos.


"Os três patéticos", peça do grupo Trama de teatro, foi a mistura perfeita entre o ridículo e a tentativa de ser bom. Um balé mal montado de sincronias repetitivas e cansativas com um toque de vocabulário esdrúxulo para animar os populares.


A história que se passa em uma "Central de distribuição de recursos naturais e dejetos humanos e desumanos do mundo para o mundo" tem a intenção - ou pelo menos é o que aparenta - de fazer uma dura crítica aos acontecimentos mundiais. Infelizmente, essa intenção teve um patético fim. A peça é praticamente ininteligível e não leva a nenhuma conclusão no final.

Os atores não aparentam grande qualidade e pecaram pelo excesso de "patetice". Sr. Klaus, o diretor da Central, mais parece um personagem de desenho japonês, ou se você preferir, MummRa, arquiinimigo dos thundercats. Sua maquiagem exagerada contrasta enormemente com a cara quase limpa dos outros atores e seu cabelo dispensa os comentários.

O cenário que alguns me prometiam ser "cinematográfico" deixou também a desejar. Com elementos repetitivamente mal utilizados e luzes que muitas vezes lembravam "Saturday Night Fever" nos esgotos a situação ficava cada vez pior.

A apresentação não valeu nem um terço dos dez reais pagos. Se o que o grupo pretendia era ser o extremo-ridículo, isso fizeram com excelência, porém sem me arrancar uma risada.

Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!

Ps. Esse post é dedicado aos outros corajosos que se juntaram a mim nesse momento de aflição. A gente supera!

terça-feira, 22 de maio de 2007

...Acaba

O tempo é uma onda sonora.

Caminha silenciosamente pelos momentos bons e estronda em passos na hora de se chorar.

O vácuo de pessoas exclui o tempo - já não há razão de existir algo que não se possa gastar ou compartilhar com quem ama.

O tempo pára por um flash nos olhos por trás da lente. Click. Pause.

Sem querer o tempo me fala sobre vocês e, de repente...

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Confesso...

Este vídeo me faz chorar praticamente todas as vezes que eu o vejo. Assisti esse episódio umas cinco vezes quando ainda passava "Touched by an Angel" na Warner e todas as vezes eu me segurava, ai descobri ele no perfil do Orkut de uma amiga e não me aguentei. A história desse episódio é muito triste.


sábado, 12 de maio de 2007

Fui...

Vi...
Adorei...
Sem maiores definições porque nada que eu falar vai conseguir descrever.

Pequenos Milagres - Grupo Galpão
Última semana em cartaz.
Sessão extra dia 19, 17h.
Vale a pena!
Compre antecipado!

quinta-feira, 10 de maio de 2007

O teatro da raça

Shakesperiano, do absurdo, realista, moderno, pós-moderno. Teatro pode ter muitas definições. Uma a mais ou a menos não deve fazer mal.

Quero inventar a definição do "teatro da raça". Não de negros ou brancos, mas de sangue, de paixão incondicional, de dedicação sobre-humana. Quero, ao inventar essa definição, louvar os que praticam essa arte. Pessoas que não se importam com o seu próprio sonho. Não é questão do que ela quer fazer, mas do que o seu público espera - ou precisa - que ela faça. O "sonho" é dele. A realidade também.

"Fazer o melhor com o que temos nas mãos."
Este é o lema do teatro da raça.
Confesso que eu nunca consegui me adaptar a ele.
Palmas pra quem o faz.

Respeito, e muito, aqueles que doam seu dom a outros e, ainda assim, não ficam sem ele. Aqueles que reconhecem a importância da técnica, mas que não vivem por ela. Aqueles que são incansáveis. Respeito os "raçudos".

Espero que um dia nossos mundos teatrais se encontrem e a raça de vocês se unam ao meu idealismo inventando outra definição: "O teatro dos meus sonhos".

Até lá! E que lá seja logo...

sábado, 5 de maio de 2007

O Espírito da Colherinha

Existem coisas em nossa vida que, pelo excesso de repetições, tornam-se automáticas. A essas coisas damos o nome de hábitos. Hábitos podem variar das coisas mais improváveis a quantas colherinhas de açúcar você mistura no seu suco.

Hábitos são nossos, não de nascença, e não raro nos acompanham até a sepultura. Se alguém me perguntasse o porque dos hábitos serem chamados de hábitos, eu diria que é porque eles acabam por habitar em nosso espírito (num sentido talvez laico demais da palavra) e, assim, como tijolos, constroem o nosso "eu-automatizado".

Voltemos ao exemplo das colherinhas de açúcar, que aliás foi o que começou a discussão toda entre meus neurônios. Entrei em minha cozinha hoje, 00h "e poucos", e fui apressado preparar o meu lanche, como habitualmente faço. Poucas coisas mudam nesse processo. O ato de cortar um queijo, passar manteiga no pão, abrir a geladeira e olhar sem achar nada - para depois lembrar que na verdade você não procurou, simplesmente abriu, tudo isso são processos automatizados e até a sequência deles costuma ser igual. Mas as colherinhas, percebi enquanto adicionava o açúcar à minha limonada, tem um poder maior. Interferem em outra parte do nosso "eu", a parte espontânea e emocional.

Não acredita? Pois bem...

O problema começa, especialmente para as mulheres, no produto contido na bendita colherinha. "Açúcar ou adoçante?". Começaram a entender onde eu quero chegar né? Além do produto a ser ingerido, o tamanho da colher também mexe conosco. Quando vou a algum lugar que disponha de colheres de café para servir o açúcar já começo a ficar perdido. Em minha casa utilizo as de sobremesa. Mas você também já deve ter reparado que as colheres de sobremesa de uns tempos pra cá começaram a mudar de tamanho, talvez fruto da preocupação "coma devagar e comerá menos" ou "aproveite o gosto e não terá que comer mais". Eu particularmente considero as colheres de chá derivadas da colher de sobremesa, mas isso é outra discussão. Fato é que, variando o tamanho da colher, já não temos mais a menor noção do tanto de açúcar que estamos colocando em nossos sucos e afins, gerando comentários como "Você sempre come esse tanto de açúcar?" ou "Como que você aguenta tomar limonada com esse poquinho de açúcar?" e esse último por muitas vezes nos leva a uma situação de constrangimento na qual tomamos uma limonada amarga e sem doce simplesmente para não ter que dar o braço a torcer.

Nenhum desses questionamentos, pensamentos ou respostas citadas acima são de cunho automatizado, digamos assim. Todas elas mexem de alguma forma com o nosso "eu-gordinho" ou "magrinho" e impressionantemente são geradas pela única pergunta: Quantas colheres de açúcar?

Talvez seja por isso que os adoçantes em pó já venham com colheres dosadoras próprias e a preferência nacional gire em torno dos apresentados em gotas, mas num é que o tal do "Espírito da colherinha" tem poder mesmo?

PS. Viu só? O poder das colherinhas se manifesta até no tamanho de texto que a discussão sobre ele gera.